Limpeza interproximal, qual o método mais eficaz?

Por Chane Wittcinski

A justificativa para considerar a limpeza interdental com fios e/ou escovas como um procedimento adicional a escovação dental está relacionada ao fato de que a escovação isolada não alcança com eficiência as áreas interdentais, resultando em parte dos dentes que permanecem contaminados. 

As pesquisas mostram que no que diz respeito à redução da gengivite, existem evidências de que a utilização do fio dental e/ou da escova interdental em combinação com a escovação dentária proporcionam um benefício estatisticamente significativo em comparação com a escovação dentária isolada. Além disso, é importante observar também que as escovas interdentais são ainda mais eficazes que a o fio dental.

"É de extrema importância que as escovas interdentais sejam prescritas pelo Cirurgião Dentista, pois a indicação e seleção é individualizada para cada paciente"

A região interproximal é uma área “abrigada” e de difícil acesso, o que a torna crítica para realizarmos a higienização. Quando não higienizada da forma correta esta região acaba exposta a uma inflamação favorecendo a ocorrência de Gengivite e Doença Periodontal. Assim, se faz necessário intensificarmos a higiene nessas regiões para manutenção da saúde gengival e controle do biofilme. Precisamos instruir nosso paciente para que esse processo ocorra no pré operatório, no trans operatório e no pós operatório.

Tradicionalmente, a recomendação de autocuidado para limpeza interdental mais comumente utilizada é o fio dental, que é, provavelmente o método mais universalmente utilizado. No entanto, como visto anteriormente, alguns trabalhos científicos apontam para uma maior efetividade da escova interdental para desempenhar esta importante função.

A escolha do tipo de dispositivo e técnica a utilizar deve ser feita levando em consideração às características dos espaços interdentais. Regiões onde  não existir espaço para a escova interdental, naturalmente é indicado o fio dental. 

"Uma boa higiene oral favorece a saúde e a qualidade de vida dos nossos pacientes."

A escova interdental ideal deve ser de fácil utilização, sem causar efeitos prejudiciais aos tecidos moles. As escovas deverão ser cilíndricas ao invés de cônicas para que a limpeza ocorra nas duas faces do dente, devem ser oferecidas em diversas espessuras e com a haste metálica recoberta com silicone impedindo a corrente galvânica e riscamento dos dentes. 

Atualmente, existem vários dispositivos de limpeza interproximal no mercado que auxiliam nas necessidades de autocuidado dos pacientes. A multiplicidade de produtos dificulta a decisão dos pacientes, portanto, a prescrição e seleção deverá ser realizada pelo Cirurgião Dentista, de acordo com as  necessidades individuais de cada paciente.

Então amigo Cirurgião-Dentista, vamos prescrever corretamente e investir em prevenção, informação e reeducação dos pacientes.